Unidade 2. Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais

Você sabia que existem quatro áreas da vigilância em saúde que compõem a PNVS? Veja só: Vigilância sanitária, Vigilância epidemiológica, Vigilância em saúde ambiental e Vigilância em saúde do trabalhador e da trabalhadora. Estando atento a todos esses eixos, o planejamento e o monitoramento das ações tornam-se mais fáceis, assim como a implementação de ações de acordo com as reais necessidades de saúde, sempre voltando-se para o conceito ampliado de saúde.

Observe o conceito de cada componente da Vigilância em Saúde a seguir:

Vale destacar que as 4 vigilâncias se complementam e se integram na atenção à Saúde do Trabalhador. Tudo bem até aqui? Vamos falar um pouco da articulação entre as vigilâncias? Veja o quadro 1 com as estratégias:

Quadro 1 – Pontos de articulação entre os componentes da Vigilância em Saúde

Planejamento conjunto com identificação de prioridades para atuação integrada, com base na análise da situação de saúde, e no mapeamento das atividades de produção, consumo e infraestrutura e com potencial impacto no território.
Produção conjunta, sempre que necessário, de protocolos, instrumentos, normas técnicas e atos normativos, com harmonização de parâmetros e indicadores no desenvolvimento das ações de vigilância.
Harmonização e, no que couber, unificação dos instrumentos de registro e notificação de doenças, agravos e eventos de interesse comum aos componentes da vigilância.
Proposição e produção de indicadores conjuntos para monitoramento e avaliação da situação de saúde.
Investigação conjunta de surtos e eventos inusitados ou situação de saúde decorrentes de potenciais impactos ambientais de processos e atividades produtivas nos territórios, envolvendo as vigilâncias epidemiológica, sanitária, em saúde ambiental, em saúde do trabalhador e da trabalhadora e a rede de laboratórios de saúde pública.
Produção conjunta de metodologias de ação, investigação, tecnologias de intervenção, monitoramento e avaliação das ações de vigilância.
Revisão e harmonização dos códigos de saúde, com inserção de disposições sobre a vigilância em saúde e atribuição da competência de autoridade sanitária às equipes de vigilância em saúde nos Estados, Municípios e Distrito Federal.
Fonte: Brasil (2018a, p. 6).

Você conseguiu compreender quanto a articulação entre as vigilâncias pode ser efetiva para a PNVS? Vamos compreender um pouco a integração da vigilância em saúde com os níveis de atenção? Falaremos na próxima seção. Até já!

2.4.3 Ações integradas com os níveis de atenção

Você sabia que a análise da situação de saúde deve ocorrer dentro da Vigilância em Saúde? Observe a definição dela na PNVS:

ações de monitoramento contínuo da situação de saúde da população do País, Estado, Região, Município ou áreas de abrangência de equipes de atenção à saúde, por estudos e análises que identifiquem e expliquem problemas de saúde e o comportamento dos principais indicadores de saúde, contribuindo para um planejamento de saúde abrangente (BRASIL, 2018a, p. 3).

Esse conceito nos leva a compreender que os conhecimentos epidemiológico, sanitário, social, demográfico, ambiental, econômico, cultural, político, de produção, trabalho e consumo no território são as ferramentas-chave para que a análise da situação de saúde e das vulnerabilidades ocorra. E quais ações devem ser integradas com níveis de atenção para que seja possível uma análise eficiente da situação de saúde? As ações de promoção e proteção à saúde, prevenção de doenças e agravos e do manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias à detecção, prevenção, tratamento e reabilitação (BRASIL, 2018a).

Flickr.

Portanto, veja que a atenção primária, a secundária e a terciária estão articuladas nesse sentido.

Quando pensamos no contexto das epidemias, veja quanto é importante que ocorra a atuação da análise da situação de saúde de forma articulada entre os níveis de atenção.

Saiba mais

Para exemplificar as questões abordadas nesta seção, vamos assistir à videoaula com Guilherme Franco Netto gravada no contexto da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, de 2017. O tema é tratado de forma clara e objetiva:
Clique aqui para assistir.

Guia de Vigilância em Saúde - recomendações relacionadas às ações de vigilância em saúde.
Clique aqui para acessar.

Para refletir

A vigilância em saúde deve ter uma atuação muito forte na identificação e produção de conhecimento sobre novas doenças. Como ela pode atuar no combate a epidemias? Analisando o comportamento epidemiológico das doenças: detecção precoce de surtos e epidemias, distribuição espacial da ocorrência dos casos, gravidade dos casos e vulnerabilidades nos âmbitos individual e coletivo. Quais são as ferramentas para isso? Lembre-se dos conceitos epidemiológicos: indicadores, boletim epidemiológico, notificação compulsória, entre outros. Como seriam úteis para você?

Avançar