Unidade 3 – Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde

A alimentação de um SIG pressupõe a captura, importação, validação e edição de dados. Mas, afinal, o que são dados? Dados e informações são sinônimos? Você alguma vez pensou sobre isso?

Bem, os dados podem ser definidos como símbolos quantificáveis, que representam numericamente um fato ou uma circunstância. É o número bruto, que ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico, podendo ser considerado a matéria-prima para a produção da informação (exemplo: o número de casos de COVID-19 no último mês, no seu município). O dado, por si só, não traduz a realidade, mas pode expressar algo quando é adequadamente interpretado e analisado. Já a informação, por sua vez, é entendida como o conhecimento construído com base em dados já manipulados, ou o resultado da análise e combinação de vários dados, o que implica a interpretação por parte do usuário (COLUSSI; PEREIRA, 2016). A ilustração a seguir (Figura 1) é para facilitar sua compreensão da diferença entre dados e informação.

Figura 1 - Diferença entre dados e informação
Universidade Federal de Santa Catarina (2016).

Os dados podem ser classificados em primários ou secundários. Os dados primários são aqueles que ainda não foram coletados e sistematizados, podendo ser obtidos por meio de entrevista, registro em prontuário ou observação in loco. Os dados secundários já foram coletados por outras pessoas ou instituições e organizados em bancos de dados de órgãos oficiais, tais como o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por sistemas de informação implantados em instituições públicas ou privadas.

A fase de coleta dos dados e construção das bases de dados é a mais onerosa e que demanda maior tempo no processo de implementação do sistema. Apesar da existência de uma grande quantidade de dados em meio digital, disponíveis e atualizados, ainda há muitos problemas de compatibilização entre bases de dados distintas e de georreferenciamento de dados, principalmente a baixa qualidade das informações de endereços (BRASIL, 2006; SKABA et al., 2004).

Para a construção da base de dados geográficos ser eficiente, é necessário que haja um planejamento cuidadoso, com a definição prévia dos objetivos a serem alcançados, evitando-se a coleta excessiva ou insuficiente de dados. Assim, ao se iniciar um projeto de SIG, é importante ter em mente para quais perguntas se procuram respostas. Em face dessas perguntas, é preciso selecionar os dados que serão necessários na busca das soluções para o problema. Nessa fase de modelagem de dados (Figura 2), determinam-se quais dados entrarão no sistema (camadas de informação), qual a estrutura em que ficarão armazenados (vetorial ou matricial), qual a maneira de os representar (pontos, linhas ou áreas), quais os relacionamentos que terão entre si e quais os atributos. Essa fase de modelagem é fundamental para o sucesso de implementação de um SIG (BRASIL, 2006).

Figura 2 - Modelagem de dados por um Sistema de Informação Geográfica (SIG)
elaboração da autora.

Diversas bases e/ou sistemas de informação disponíveis podem ser utilizados como fonte de dados. Dentre as formas de aquisição, destacam-se a importação de dados já existentes em outros formatos, ou a confecção de dados especificamente para introdução no sistema, por meio de técnicas como sensoriamento remoto, digitalização de levantamentos topográficos, digitação de dados em tabela, inquéritos, entre outros. No entanto, é importante que você entenda que existe uma série de condições às quais esses dados devem obedecer, no que diz respeito à sua estrutura, para que possam ser utilizados. Por isso, eles precisam ser analisados, e eventuais incoerências e imperfeições devem ser corrigidas.

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