Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde no Enfrentamento da COVID-19 e de outras Doenças Virais
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e submicroscópicos que não se replicam individualmente, dependendo das células hospedeiras para realizar as sínteses e organização das macromoléculas (proteínas e ácido nucleico que conformam as partículas virais) (CANN, 2010; FLINT et al., 2015).
Com frequência surge a pergunta: os vírus podem ser considerados seres vivos?
Há controvérsias a respeito disso e, para que fiquem mais claras as opiniões dos que defendem e dos que não defendem essa hipótese, vamos visualizar o Quadro 1.
Prezado trabalhador estudante, com base nas informações colocadas e considerando o conteúdo que está sendo colocado à sua disposição nesta unidade, você poderá gerar seu próprio critério sobre se os vírus devem ou não ser considerados seres vivos.
Os vírus gigantes, Acanthamoeba polyphaga mimivirus ou mimivírus e o Acanthamoeba castellanii mamavirus ou mamavírus, os dois da família Mimiviridae, foram descobertos recentemente. Trata-se de vírus que têm dimensões maiores que as dos já conhecidos (até 800 nm) que infectam espécies de amebas e que têm genoma DNA de fita dupla.
Um aspecto importante desses vírus e que os diferencia de outros é que eles sintetizam uma variedade de proteínas estruturais e enzimas que participam no reparo do DNA, na biogênese de membranas, na motilidade celular, no metabolismo de nucleotídeos, na função de chaperonas, entre outros. Dito de outra forma, são vírus com características morfológicas e genéticas que permitem a replicação e atuação com mais independência na célula hospedeira (OLIVEIRA; LA SCOLA; ABRAHÃO, 2019).
Outra característica relevante dos mimivírus e mamavírus é que são suscetíveis à infecção pelo vírus chamado Sputnik, que é um vírus relativamente pequeno (50 nm) e com complexidade genética e estrutural interessante.
O Sputnik, ao infectar o mimivírus e o mamavírus, prejudica a morfogênese e a produção de vírions normais, indicando que ele é um parasita genuíno. A descoberta dos vírus gigantes e do vírus Sputnik mostra que há características dos vírus que apoiam a hipótese de que os vírus podem ser considerados seres vivos (LA SCOLA et al., 2008).
Agora, vamos ver as características morfológicas dos vírus e detalhar cada um dos seus componentes.
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