Unidade 1 – Arbovírus

Os arbovírus, ou do inglês arthropod-borne-viruses, compreendem uma diversidade de vírus transmitidos pela picada de artrópodes hematófagos (mosquito culicídeo, carrapatos, flebótomos), entre hospedeiros vertebrados infectados virêmicos e os vertebrados susceptíveis, incluindo o humano (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2015; LOPES; NOZAWA; LINHARES, 2014).

Entre as arboviroses que afetam o homem, a maioria se encontra distribuída nas famílias Flaviviridae, Togaviridae, Peribunyaviridae, Reoviridae e Rhabdoviridae.

Das cinco famílias mencionadas, enfatizaremos as famílias Flaviviridae, Togaviridae e Peribunyaviridae, por terem importância em saúde pública no Brasil. Vamos falar apenas brevemente das famílias Reoviridae e Rhabdoviridae por terem pouca relevância para a saúde pública, no Brasil. A família Reoviridae é formada por 11 gêneros, um deles sendo o Orbivirus, que abrange os arbovírus, a maioria deles transmitida fundamentalmente por carrapatos, culicoides e mosquitos. Os vírions são partículas sem envelope com diâmetro de 70 a 80 nm e genoma tipo RNA de fita dupla, segmentado. Os três orbivírus economicamente mais importantes são o vírus da língua azul, o vírus da doença equina africana e o vírus da doença hemorrágica epizoótica, todos transmitidos por espécies de Culicoides, que causam doenças em equinos e ruminantes domésticos e selvagens.

Os membros da família Rhabdoviridae têm forma de bastão e medem entre 70 e 180 nm e genoma RNA linear não segmentado de polaridade negativa, envolvido por uma complexa ribonucleoproteína. Alguns gêneros da família são transmitidos por artrópodes para hospedeiros vertebrados, entre eles os gêneros Ephemerovirus e Tribovirus, transmitidos por mosquitos para o gado e bubalinos, e o gênero Vesiculovirus, transmitidos por mosquitos e flebótomos para mamíferos, peixes e insetos.

A maioria das doenças produzidas por arbovírus, com exceção da dengue, teve uma origem zoonótica, ou seja, os vírus circulavam naturalmente entre animais vertebrados silvestres e, por mudanças ambientais e pressões seletivas que levaram a mudanças genéticas no patógeno, começaram a se adaptar e infectar populações humanas (LOPES; NOZAWA; LINHARES, 2014).

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